(Pablo Martins)
Vou abrir buracos na parede do coração
Deixar as pegadas e os pés
E dormir ali onde meu gato vira leão
E eu sou a rainha das ralés
Estancando na artéria o vazamento da miséria
Quebrar os vidros da janela por onde voará
Aquela voz dos candomblés
E eu que consto em ata gata mansa viro leoa
Comandando os muros e as marés
Estampando em jeito aéreo o movimento do mistério
Flor nesta flor esta em que sou Nicoleoa
Sei de cor a cor, o cara ao lado, cara de pau
Samba cambalhota nos sinais
Sei felina a sina que alucina o carnaval
E arruína a dor dos marginais
Conferindo na esquina o vazamento da menina
Deixar os pés e os pedaços numa emboscada
Desfilar sangrando entre os salões
E no fim, assim, rangendo os dentes numa rosnada
Anunciar que o mundo é dos leões
Confirmando na família o movimento da armadilha
Revelando o filho a filha
Festa na floresta pois eu sou Nicoleoa
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