29 agosto 2009

E a gente

(Pablo Martins e Roberto Lacaze)

Mas era uma cidadezinha assim sozinha e tal
E aquela pobreza uma tristeza sempre igual
Vez em quando
Aquela dona entrava chorando
Pelos bordéis, na catedral, em pleno camarim
E lá um cantador cantando a dor que não tem fim
E não tem fim e não tem cor
Mas mesmo assim terá o sabor
Daquela velha solidão
Feita de samba e oração
E aquela gente novamente na canção

Pois era uma gurizadinha assim magrinha e tal
E aquela poesia uma alegria sempre igual
Vez em quando
Aquele cara saía sangrando
Pelos quartéis, no futebol, em pleno botequim
E lá um impostor impondo a dor que não tem fim
E não tem fim, não tem valor
Mas mesmo assim terá o amor
Da nossa velha solidão
Do nosso samba feito a mão
E a nossa gente eternamente na canção

Nenhum comentário:

Postar um comentário