(Pablo Martins e Roberto Lacaze)
Eu, fulano de tal, nascido assim qual erva ruim
Filho do carnaval, batizado a sal e tamborim
Trago as solas do pé, os calos da mão e algum tostão
Pra fazer-te uma fé, comprar-te um amor de Zé-joão
E quando o trem passava varrendo a estação
E aquela moça entrava no meu macacão
Pelo vão
Ai, se o dia acabar
Quem vai me pedir perdão
Vendo o chão que eu pisei
E as marcas no coração
Eu, fulana de tal, carpida assim qual seca sem fim
Embrulhada em jornal, batucada a pau e bandolim
Trago os pregos do pé, as pregas da mão e algum vintém
Pra servir-te um rapé, pagar-te um amor de Zé-ninguém
E quando o trem levava tanta gente só
E aquele moço entrava no meu guarda pó
Pelo nó
Ai, se a noite acabar
Quem vai me pegar na mão
Vendo o pão que amassei
E as manchas no coração
Ai, se tudo acabar
Quem vai nos matar de rir
Vendo a dor nos juntar
E a vida nos redimir
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