04 setembro 2009

Eu Não

(Pablo Martins e Paulo Pappen)

Ó mãe, ó mãe
Eu não vou vencer na vida
Eu sei, eu li
Na história resumida
Que eu, ó mãe
Escrevi na minha mão
Depois que tu
Me soltou do teu cordão

Eu não agüento mais não
Não discuto mais não
Com polícia ou professor
Eu não invejo mais
Não me interessa mais não
A conversa do cantor
Eu não duvido mais
Nem acredito em ninguém
Eu não quero ser ninguém
Eu sou sintoma de ti
Fiz um samba pra ti
E tu nunca vai ouvir


Ó mãe, ó mãe
Eu não acho graça nisso
Eu sou, eu só
Esse pobre e podre bicho
Sem paz, nem deus
Esperando a reação
Da dor, ó mãe
Que cansou meu coração

Eu não escuto mais não
Não discurso mais não
Pra freguês ou pra patrão
Eu não preciso de nós
Sou nascente, sou foz
É o que enjoa a minha voz
Quem nesse mundo é feliz
é feliz porque é porco
e outra coisa que eu não sou é porco
eu sou seqüela de ti
fiz um drama pra ti
foi pra isso que eu nasci

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